Virtual Insanity

Desabafos do cotidiano de uma mulher neurótica (6)

É tão simples quando um de nossos aparelhos eletrônicos nos deixa na mão no meio de situações importantes. Se o celular 'morre', basta plugá-lo no recarregador e deixá-lo por algumas horas na tomada, e pronto! Se a camera digital apagou, funciona da mesma maneira.




Agora, porque não é assim com as nossas energias?
Por que não é assim com nossas forças para lutar diante das dificuldades? Diante de situações que nos entristecem, diante das lágrimas que insistem em rolar?

Hoje é um dia, em que eu gostaria de ser literalmente apagada, por falta de energia, e recarregada na tomada, e depois de algumas horinhas retornar com 'carga total' pronta para mais funcionalidades, pronta para mais problemas, mais barreiras, mais tristezas.

É difícil pra mim, passar por tanta barra sozinha.
Digo sozinha, pois atualmente me encontro nesta lastimável situação.
Estou sem amigos próximos de mim, estou sem família próxima de mim, estou sem Deus próximo de mim. Ok, sei que a última frase tem um peso religioso imenso.
Mas é a dura realidade.
Sei que Deus está comigo em todos os momentos, mas eu, como uma ex adepta do movimento cristão-evangélico, sei mais do que ninguém que Deus opera maravilhas na vida de seus filhos, daqueles que o seguem, e eu... Bom, eu me 'desviei' do caminho.
Me envergonho quando rezo pedindo alguma coisa, por que poxa, eu saí de perto de sua presença, eu deixei de frequentar a sua casa... E me entristeço por não conseguir voltar.

Voltando à velha questão do isolamento, e da vida sem os amigos.
É... Essa dor poderia ser dividida com um deles, mas eu mesma os afastei de mim, portanto não tenho escolha, a não ser chorar sozinha.
Me sinto como aquele personagem criado pelo Roger Waters em The Wall.
Um garotinho solitário e assustado, que criou em torno de si um muro, que o separa do mundo de fora, onde só existem suas dores, mágoas, fraquezas e solidão.

Eu gosto de ver a apresentação Ao Vivo de The Wall, e nunca me canso de ver aqueles tijolinhos todos vindo ao chão.
Amo a música Run Like Hell, onde o martelo é simbolizado como o grande herói da história, caminhando rumo ao muro, prestes a derrubá-lo ao chão.

Mas, pensando, e trazendo esta imagem pra minha vida...
Onde está meu martelo?
Como faço para derrubar este muro de complexos e incertezas que povoa minha mente?

Como agir de forma natural diantes de um espinho em suas mãos, enquanto você acaricia uma rosa tentando sentir seu odor?
Como sorrir, quando por dentro você está em frangalhos? Querendo gritar, espernear e sair correndo?

Esta é a 'carga' que venho carregando nas costas.
Aquela que nunca acaba, aquela que tem 'vida útil' de longa duração.
Eu poderia intitulá-la como Duracell, pois vai onde nenhuma outra consegue chegar!
Nestas horas, o melhor a fazer mesmo..
...rir das piadas que são os nossos problemas.

Mas, vou me levantar...
E vencer mais um dia.
Pois, posso não ter um recarregador de 220 volts.
Mas tenho a esperança que um dia descobrirei onde se econde meu martelo.
E não vou exitar em por abaixo todos esses tijolinhos que me perturbam durante todos os meus dias!



Uma ótima semana pra todos.

1 comentários:

Finalmente, depois de séculos sem ver nada aqui a sra. resolveu voltar a ativa e a escrever algo neste blog vê se anima desta vez e volta a escrever de vez. Enfim, vamos lá sei como você se sente na verdade posso dizer que sei extatamente o que é sentir esta sensação. Queria ter uma fórmula mágica pra aprender a simplesmente recarregar as baterias e muito mais que isso a fazer amigos e manté-los próximos. Infelizmente nada nessa vida é fácil e somos obrigados a viver esta "provação". Também sinto falta do contato humano, dos verdadeiros amigos e tenho me sentido muito só por aqui sabe? O pior de tudo é que tudo depende de mim mas sei lá, relações humanas não tem sido meu forte e não é nada fácil pra mim sentir esta falta de calor humano e fingir que tá tudo uma maravilha quando realmente não está.....é uma droga! Mas tenha forças minha amiga, não se deixe vencer e voce sabe que tem amigos que pode contar sempre mesmo que a distância. Nunca se esqueça disso!

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